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E aí, do que você gosta? Desvendando o mapa do prazer feminino

20/09/22

“E aí, do que você gosta?” – Essa é uma questão que surge frequentemente quando o assunto é sexo, seja entre duas (ou mais) pessoas na cama ou até mesmo em conteúdos que buscam ajudar pessoas do sexo feminino a ter mais prazer. “Descubra o que você gosta!” – parece simples, mas não é bem assim. Esta é a pergunta de milhões. 

Para responder, vale falarmos mais sobre o CAMINHO do que necessariamente sobre o DESTINO. Ninguém duvida que ter orgasmos é (ou deve ser) gostoso. Mas o que pouca gente fala é que o CAMINHO até ele pode fazer parte de um processo de autoconhecimento maravilhoso e único, e por isso exige dedicação e até mesmo uma certa desconstrução de crenças antigas. 

A sexualidade feminina é complexa porque possui diversas vias de acesso ao prazer (o quão maravilhoso é isso?!). Mas essa complexidade muitas vezes é vista como algo negativo – taí o primeiro mito que temos que abandonar. Falar sobre prazer é falar sobre reconexão com o próprio corpo, sobre estabelecer limites saudáveis, sobre focar no momento presente, e, acima de tudo, entender que todo o processo vai muito além do estímulo genital. Por que isso seria ruim?

Esse último fato, por sua vez, desmistifica aquela visão cultural falocêntrica (ou seja, focada no pênis) que permeia a nossa sociedade, que nos faz acreditar que o prazer feminino só existe quando está condicionado ao sexo com penetração, de preferência atrelado a uma figura masculina, sendo que sabemos que existem muito mais possibilidades de viver e gozar a nossa sexualidade. Sabia que por muito tempo, inclusive, o sexo entre duas mulheres sequer era considerado uma prática sexual “de verdade”, já que não havia um pênis envolvido?

Falar sobre prazer é falar sobre reconexão com o próprio corpo e entender que todo o processo vai muito além do estímulo genital

Para entendermos um pouco mais de onde surgiu toda essa “deseducação” cultural, é só lembrar que por muitos séculos a mulher foi considerada propriedade masculina. Para elas, o sexo servia apenas para ter filhos, e o controle da sexualidade feminina era importante para garantir que aqueles filhos eram de um mesmo pai, o marido, de quem eles herdariam as posses no futuro. A estratégia encontrada para “domar” o desejo sexual feminino (que é  e sempre foi completamente natural!) foi associar o prazer à culpa, o desejo como algo errado, do qual elas deveriam se envergonhar. 

Some isso à falta de informação sobre o funcionamento do corpo e o resultado é esse distanciamento entre mulheres e prazer que identificamos até hoje na vida de muita gente. 

No livro “A Cama na Varanda”, a psicanalista Regina Navarro Lins nos conta que nem sempre foi assim, e já houve um tempo em que nossa sociedade era matriarcal, a fertilidade feminina era celebrada como potência e o prazer não era visto como algo culposo, mas sim como fonte de vida. Segundo ela, o processo que descrevemos acima explica como saímos de uma sociedade em que o amor, a partilha, a sensorialidade e a relação harmoniosa com o corpo migrou para o extremo oposto: a dominação dos homens sobre as mulheres, em que o prazer é substituído pelo sexo que tem como objetivo único a procriação, de submissão física, intelectual e sexual feminina. 

De posse dessas informações, nosso exercício hoje (e, se possível, todos os outros dias) é resgatar esse conhecimento ancestral e lembrar que o corpo pode ser um mapa individual para o nosso próprio prazer. Nesse mapa, temos as zonas erógenas, partes do corpo que são “gatilhos” para o prazer e a excitação sexual, e que nada mais são do que pontos nesse mapa. Aprender onde elas estão e como elas funcionam é o segredo para construir um mapa de prazer personalizado. 

Enquanto estou aqui escrevendo, já tive uma ideia bem juicy! Depois de construir o seu mapa, que tal dividi-lo com aquela pessoa que você gostaria que soubesse exatamente como encontrar o segredo para te dar prazer? Pode ser um gesto bem sensual e erótico. Também está mais do que liberado guardar o resultado para que você mesma possa (re)visitá-lo várias vezes! 

Vamos juntas?

Construa o SEU mapa de prazer a partir do conhecimento sobre as zonas erógenas do corpo humano

Cérebro

As sensações de bem-estar, prazer e excitação sexual são percebidas por regiões específicas do cérebro, sendo a principal delas aquilo que chamamos de sistema límbico, formado por ínsula, amígdala e giro cingulado. Para estimular essas regiões, promovendo, consequentemente, a excitação sexual, é necessária uma combinação de fatores que envolvem:

. Sensorialidade (uso dos sentidos: visão, audição, paladar, olfato e tato);

. Funções cognitivas (nosso lado racional);

. Memória (de curto e longo prazo);

. Percepção emocional (ou seja, como estamos nos sentindo no momento).

Notem que a memória e a percepção emocional, quando interpretadas por áreas específicas do cérebro, podem ser gatilhos para o desejo e a satisfação sexual, mostrando que o prazer vai muito além do nosso lado externo. O contrário também vale: se temos lembranças negativas associadas a algum estímulo ou estamos enfrentando uma fase difícil emocionalmente, nossa forma de sentir prazer pode ser impactada. Ou seja, o “problema” nem sempre está nos gestos físicos ou na relação em si. 

Falar sobre sexo e sexualidade, ler livros, ouvir podcasts, assistir filmes e séries sobre o assunto, são excelentes ferramentas para estimular essas funções cerebrais, para criar e alimentar fantasias, e para alimentar sua sexualidade e o autoconhecimento. 

Pele

Pasmem: a pele é o MAIOR ÓRGÃO SEXUAL DO CORPO! Dificilmente pensamos na pele como um órgão único, mas é isso aí que você está lendo. Na pele encontramos inúmeras terminações nervosas para muito além do convencional, e esses pontos estão ligados ao prazer e até aos orgasmos. 

Conhecer e entrar em contato com o próprio corpo é essencial para criar momentos de exploração sensorial, e dá para fazer isso tentando encontrar as zonas da pele em que você sente mais prazer (as mais comuns são: nuca, coxas, virilhas), colocando o autoconhecimento em prática e aprendendo a amar e celebrar seu corpo no meio do caminho. 

Mamas

A mama é uma região extremamente sensível ao toque e com múltiplas terminações nervosas sensitivas, especialmente na região do complexo aréolo-papilar (em volta do bico do seio). Além disso, as mamas podem remeter ao nosso lado mais sensual e estão mais do que convidadas para participar de suas fantasias – existem mulheres que atingem o orgasmo só com estímulo mamário! 

Quer viver isso também? Então explore! Entenda o tipo de toque que mais gosta (mais leve, mais forte, mais ou menos frequente) e o local onde o toque é mais gostoso. Além disso, use e abuse de estímulos diferentes na mesma região (super vale tentar o uso de vibradores aí também!).

O mais importante é saber que não existe certo nem errado nessa brincadeira. Existe o que você se permite, respeitando seus limites e entendendo o que é o prazer para você. Coloque a mama no mapa do prazer e se joga!

Região perineal

A região perineal envolve toda a área externa da vulva e inclui os grandes lábios e a região entre a entrada da vagina e o ânus. É uma região rica em terminações nervosas que pode caber facilmente no seu mapa de prazer! Variar estímulos específicos de toque, vibrações, temperaturas (existem vibradores com funções vibratórias E de aquecimento, além de óleos e lubrificantes que aquecem e esfriam) pode gerar muito mais repertório para a sua exploração, seja ela individual ou com companhia. 

Mas quando falamos em região perineal, a estrela mesmo é o clitóris. Ele aparece na vulva como a glande do clitóris, mas é muuuuito maior do que apenas aquela “pontinha” visível acima da uretra, se estendendo para as regiões laterais da vulva, internamente, e para a entrada do canal vaginal. O clitóris possui mais de 8 mil terminações nervosas e sua única função orgânica é o prazer, podendo ser estimulado tanto pela área externa da vulva, quanto pelo estímulo interno na vagina, via penetração. 

Diversos estímulos podem permitir sensações prazerosas nesta região, como vibrações, estímulos térmicos, toques suaves alternados com toques mais intensos ao longo de toda a vulva, na abertura da vagina e na vagina em si. Testar e entender o que é mais prazeroso para você, bem como variar estímulos, é o que vai te tornar mais segura e livre para estabelecer seus próprios limites consigo mesma e com quem estiver junto com você nessa jornada. 

Conhecer a anatomia da vulva também é essencial para te ajudar na exploração! Veja a foto abaixo e faça o exercício de identificar as estruturas em você.

E aí, pronta para sua jornada de descoberta? Se ainda não se sente muito confortável com o tema, saiba que para muitas mulheres ainda é difícil mesmo pensar nessa dimensão da vida, do prazer, como algo próprio, independente de outra pessoa. Mas não precisa ser assim pra sempre. O principal antídoto para essa dúvida cruel é simplesmente estar disposta a fazer uma investigação deliciosa, onde você é ao mesmo tempo cientista e objeto de estudo. Vamos juntas?

Se você está sentindo dor ou desconforto na hora do sexo, saiba que isso não é normal, mas a gente pode te ajudar. O SOS Gineco é uma consulta online com os ginecologistas da Oya, um atendimento acolhedor e cheio de empatia para te ajudar com os BOs da vulva que atrapalham o seu dia a dia. Garantimos agendamento rápido e atendimento em até 24h. 

Quem usa o cupom OYAVIC ainda tem direito a um desconto especial. Esperamos você!

Dra. Juliana Sperandio (@dra.julianasperandio), ginecologista parceira da Oya Care.

{Fotos e ilustrações: Oya Care}

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