Em janeiro, durante as férias de verão, algo inimaginável me aconteceu: 37 anos, jornalista de beleza há quase vinte, hiper consciente em relação à exposição solar (não tomo nada de sol no rosto desde os 14 e mantenho meu inexistente bronze corporal caprichando no protetor), simplesmente tostei minha barriga em um passeio de barco em Parati. O tostei não é exagero – não tenho imagens para ilustrar (quando mandei mensagem pedindo socorro para minha amiga e dermatologista Calu Franco, ela pediu fotos e eu me recusei a fazer, nenhuma intenção de ter registros daquela vergonha), mas posso afirmar que foi coisa séria. Não chegou a fazer bolha, mas fiquei com a barriga, além de hiper vermelha, super inchada e dolorida, todas as roupas incomodavam e dormir foi complicado por umas três noites. 

Importante explicar como ganhei a queimadura. Minha regra de vida é não colocar biquíni sem antes passar protetor no corpo inteiro, mas nesse dia, último das férias, praticamente sem marcas (de tanto que me protegi), tempo nublado (a heresia de cair no conto do mormaço), pulei a barriga e pensei “qualquer coisa passo no barco”. E esqueci. Deu no que deu. 

Ao mesmo tempo em que me martirizava por ter feito uma besteira dessas – a essa altura do campeonato e com todo o meu conhecimento sobre sol e proteção -, corri para buscar formas de atenuar a situação e amenizar os danos. E apesar da vergonha de compartilhar esse lapso com outras pessoas, concluí que essa era uma pauta de utilidade pública, então aqui estamos. Observação importante: não que precisasse, mas a experiência permitiu ver nitidamente o efeito do protetor solar – minha barriga ficou tostada e o resto do corpo, onde apliquei FPS 50, intacto. 

Além da misturinha que a Dra. Calu me prescreveu para melhorar a dor, a vermelhidão e o processo inflamatório, abaixo você confere mais informações, dicas e tratamentos em caso de queimadura solar, com apuração da nossa repórter Daniela Castro. 

Como acontece a queimadura solar?

A queimadura solar é uma reação inflamatória que acontece devido à superexposição da pele à radiação solar. “Pode causar vermelhidão, inchaço, descamação e, em alguns casos, bolhas. A radiação proveniente do sol é composta pelos raios ultravioletas (UVB e UVA), pela luz visível e pelo infravermelho A. Todos esses raios são capazes de penetrar na pele, causando danos. Porém, a queimadura solar está mais relacionada ao ultravioleta B. O UVA penetra mais profundamente na pele, mas possui menor energia; é responsável por causar manchas, envelhecimento e câncer de pele. O UVB penetra menos, porém possui maior energia e é responsável por causar as queimaduras solares e o câncer de pele”, explica Joana D’Arc Diniz (@drajoanadarcdiniz), diretora da Sociedade Brasileira de Medicina Estética.

. Use protetor solar corretamente 

“Aplique 30 minutos antes da exposição ao sol; use a quantidade ideal e distribua uniformemente por todas as partes do corpo, incluindo mãos, orelhas, nuca e pés; reaplique a cada duas horas ou menos, se houver transpiração em excesso ou se entrar na água”. 

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. Invista em roupas e acessórios com FPS 

“Principalmente nessas últimas ondas de calor, é indispensável apostar em roupas e acessórios que possuam proteção contra UVB (FPS), como chapéus e trajes de algodão e linho (de preferência em cores escuras), ao fazer atividades ao ar livre, pois eles bloqueiam a maior parte da radiação UV”.

. Hidrate-se

“O clima quente e a exposição ao sol fazem com que o corpo perca muitos fluidos pelo suor. Por isso, é ainda mais crucial repor a hidratação de dentro para fora. Aumente a ingestão de líquidos como água, sucos de frutas e água de coco”. 

. Mantenha uma alimentação equilibrada  

“Uma alimentação saudável também ajuda na prevenção aos danos causados à pele pela exposição ao sol. Tente consumir regularmente legumes e frutas de cores alaranjadas ou vermelhas, como cenoura, abóbora, mamão, maçã e beterraba, pois elas contêm carotenoides, que têm propriedades fotoprotetoras”.