A inteligência artificial (IA) está de olho na sua pele: o DDB investiga
Tem curiosidade de saber como será o futuro do skincare? Uma coisa é certa: inovações tecnológicas baseadas em inteligência artificial serão cada vez mais comuns. Aproveitamos o lançamento de uma nova funcionalidade do Google Lens, capaz de reconhecer problemas de pele, para investigar o que já é realidade no mercado.
Muita gente já faz visitinhas rápidas ao Dr. Google (#quemnunca?). Durante a pandemia, consultas médicas online foram inclusive liberadas pelo CRM. Mas a novidade agora é que o Google Lens, aquela plataforma que apresenta fotos similares àquelas que você manda, consegue identificar diversas condições relacionadas à pele. “O Google Lens usa uma base de imagens e tem tecnologia para comparar lesões de pele e trazer possíveis diagnósticos. A ferramenta pode tranquilizar o usuário quando elimina problemas mais graves”, diz Igor Manhães, dermatologista da Clínica Horaios, em São Paulo.
Tudo isso com a ajuda da câmera de alta resolução do seu celular e do banco de imagens do Google. “Realmente, essa tecnologia pode ser usada como aliada na busca de mais informações sobre um determinado problema de pele, mas isso não dispensa a ida a um dermatologista, visto que a ferramenta usa em seu sistema fotos de bancos de imagem que são semelhantes a diversos tipos de doenças de pele, mas não é capaz de fazer um diagnóstico”, complementa Maria Eduarda Pires, médica dermatologista, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) e da Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica (SBCD).
“A principal limitação é que a Dermatologia tem mais tipos de doenças identificadas que todo o restante da Medicina. Muitas delas têm apresentação semelhante que confundem ou podem mimetizar uma ou outra. Na maioria das vezes, o diagnóstico é feito por meio do histopatológico (biópsia que é realizada por patologista com microscópio), o que nunca será fornecido por uma análise de uma foto por um computador”, pondera Igor.
Quais os riscos? O maior será o de tranquilizar o paciente e negligenciar a necessidade de avaliação por dermatologista. Outro risco é causar pânico em alguém com doença benigna, mas que a ferramenta levanta hipótese de um câncer, por exemplo, o que poderia ser descartado por simples exame clínico, dependendo do caso.
“Os resultados de pesquisas sobre doenças pelo Google geralmente acabam sendo exagerados. É importante lembrar que o resultado analisado ali nem sempre é o diagnóstico verdadeiro. Então, após usar o Lens, recomenda-se ir ao médico especialista imediatamente, para um laudo correto de um profissional capacitado”, ressalta Maria Eduarda. Ainda há a possibilidade de o paciente ficar assustado e recorrer à automedicação, o que não é recomendado, pois pode piorar o quadro clínico e comprometer sua saúde.
Em tempo: a própria interface do app do Google lembra que é preciso buscar um médico para receber as orientações corretas a respeito da condição de pele.
A tecnologia pode ser usada como aliada na busca de mais informações sobre um determinado problema de pele, mas isso não dispensa a ida a um dermatologista.
Inteligência artificial + serviços personalizados
Nessa pegada de “conheça melhor a sua pele”, a Vichy tem o SkinConsultAI, webapp que analisa o envelhecimento da pele utilizando inteligência artificial.
Com algoritmo baseado no Atlas de Envelhecimento da Pele, que contém dados de 20 mil peles diferentes (ele possui 6 mil imagens catalogadas, fruto de 15 anos de pesquisas em peles de mulheres de várias etnias). O algoritmo, desenvolvido com alta precisão e validado por dermatologistas, mapeia o envelhecimento da pele. Por meio da inteligência artificial, ele é capaz de avaliar os sete sinais da idade e fazer um diagnóstico da pele em três passos (o primeiro é uma selfie), em apenas 45 segundos. E no fim da experiência, o aplicativo direciona você para o site da Sociedade Brasileira de Dermatologia para agendar uma consulta com um médico dermatologista associado.
O Effaclar Spot Scan, de La Roche-Posay, vai no mesmo caminho, analisando com IA a pele com tendência à acne. Tudo o que você precisa fazer é apontar a câmera do celular para um QR Code. O app se baseia na análise de 6 mil imagens científicas de homens e mulheres com diferentes tipos de pele e diferentes níveis de severidade da acne para trazer sugestões de rotinas de cuidado personalizadas.
Skincare sob medida
Em paralelo, algumas marcas estão usando a IA para facilitar a vida do consumidor. O Skin 360 de Neutrogena e Neostrata, por exemplo, faz uma análise digital facial, indicando produtos para cuidados com a pele do rosto.
O app utiliza IA e tem como base um banco de dados com mais de 10 mil pessoas, de diversas idades, gêneros e etnias, para atender todos os tipos de pele. Usando a câmera de um aparelho celular ou computador, a ferramenta analisa pontos faciais como olheiras, rugas, linhas de expressão, ressecamento e manchas.
Após três etapas de avaliação, é indicada uma rotina personalizada que vai de limpeza e hidratação até cuidados antissinais. A plataforma foi lançada nos Estados Unidos em 2018, aprimorada em 2020, e no Brasil está na plataforma SkinLovers Club.
IA para mudar o cabelo
A IA pode dar uma ideia também de qual a sua cor ideal para os cabelos ou nos lábios. A ferramenta Teste Sua Cor, de Niely Cor&Ton, permite que você visualize, por meio da realidade aumentada, como seria o resultado da mudança da cor do cabelo. O recurso é gratuito e está disponível com 41 nuances do portfólio da marca, incluindo tons de ruivo, preto, loiro e castanho, no site Fique Diva.
Ainda com tecnologia que identifica tonalidades, o testador virtual solar de La Roche-Posay indica o protetor solar colorido que dá match com a sua pele – em vez de ter que comprar para a experimentar o tom, você já tem aquela ideia depois de fazer a selfie e carregar na plataforma.
É a nova onda de inovação digital tomando conta da nossa penteadeira. O que mais você acha que vem por aí?
{Fotos: cottonbro studio, Angela Roma / Pexels e reprodução Vichy e La Roche-Posay}
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