1-  Em que momento surgiu a ideia de abrir a loja e como a proposta foi recebida pela Farmaervas? 

É uma ideia que eu sempre falei para os investidores (Farmaervas). Então, quando desenvolvi nosso site próprio {até 2022, a marca era comercializada apenas em canais físicos ou sites de terceiros} e ele se materializou, achei que era o momento de levar a proposta. E eles viram no nascimento do site – que deu muito certo – que era a hora da loja física, tanto que me chamaram para ser sócia na BT House.

2-  Qual foi a inspiração para a loja?

A inspiração para a loja veio de muitos lugares, mas a primeira veio dos escritórios conceito de marcas de beleza. Visitei há anos atrás os da Too Faced, Urban Decay, Smashbox e Laura Mercier, em Los Angeles. Nos Estados Unidos, ainda conheci algumas lojas conceito. Depois disso, na Europa, fui a algumas casas conceito de marcas de moda, como Chanel, Dior e Burberry.

O lúdico veio dos parques de diversão, com o carrossel, por exemplo. Me inspirei também no Parque da Mônica, onde tem uma parte que mostra como nasce uma animação, por isso fizemos o BTLab, para mostrar como nascem os produtos. E por fim, as redes sociais. Nós temos um display dedicado a cada produto, como se fosse um feed. E nele tem vídeo, texto e fotos. A BT House é essa mistura: parque de diversão, redes sociais, escritório, loja e casa conceito. 

3- Por que a escolha da Oscar Freire?

Ela é a nossa Champs Elysée. É a casa das lojas conceito, tem a da Havaianas, Melissa. A minha marca traz isso, um luxo acessível, sem falar que não tem que pagar estacionamento. Investimos R$ 4.8 milhões na BT House para o nosso cliente poder entrar na Oscar Freire e comprar um produto de R$ 37, o mais barato da loja. Isso empodera, traz acesso para o meu consumidor. Além disso, a Oscar Freire é uma vitrine internacional, o que também é estratégico para nós, pois estamos em expansão internacional e em pouquíssimo tempo já estamos com vários clientes internacionais no nosso cadastro.

 

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7- As vendas do início da loja superaram suas expectativas?

Muito, nós temos a previsão de faturamento de 1 milhão por mês e se formos considerar os primeiros dias, vamos bater a meta.

8 – Qual foi a principal dificuldade que sentiu ao criar a marca?

Quando eu cheguei, o mercado era muito fechado, tudo era sempre o mesmo. Como jornalista, questionei muito a indústria em busca de novas tecnologias, matéria prima, embalagens. Quebrei muitos padrões para construir uma marca que tivesse o poder de uma marca global. Hoje BT é uma marca nacional, pois é produzida aqui, mas também global, pois trabalha com fornecedores mundiais. Eu não aceitei o mercado da época, eu quis ir além. E por isso a marca cresceu, se não fosse assim, eu teria sumido entre tantas marcas gigantes. 

9-  Como foi sua transição de blogueira para empresária? E como você vê esse movimento que inclui outras influenciadoras?

Foi muito tranquila, pois eu nunca trabalhei tanto com a minha imagem. Toda minha bagagem de jornalista fez com que eu desenvolvesse uma carreira muito focada no meu conteúdo e criasse uma marca atenta à comunicação. Tanto que o perfil de BT tem mais 20 mil publicações – é a marca que mais tem publicações no segmento de maquiagem no mundo. E eu até acho que as pessoas estão conhecendo meu rosto agora, com tantas entrevistas que dei nos últimos dias. 

Todo influenciador em algum momento da carreira vai cansar de fazer publicidade e entender que você torna o seu trabalho palpável se você se transforma numa marca. O influenciador que vive da publicidade vive o hoje, pois pensar no amanhã é desenvolver uma marca com teu nome. E esse caminho de maturidade faz com os influenciadores estejam buscando se tornar empresários.

13- Quais produtos você já pensa visando o mercado norte americano? 

A gente vai começar com o BT Velvet que é o mais pedido, ele é nosso carro-chefe. Nós já estamos na América Latina e em negociação com a Amazon para fazer a distribuição na América do Norte. Que terá início neste ano ainda, então está bem próximo! 

14- Quem te inspirou no começo e quem te inspira hoje?

Nem é segredo que eu sempre falo que a Vic Ceridono é uma grande inspiração, pois ela é jornalista assim como eu. É fascinante ver como ela conseguiu encontrar uma brecha no mercado e desenvolveu uma marca que é a cara dela, que tem moldes exclusivos. Você olha pra Vic Beauté e vê a Vic em cada detalhe. Eu falo que podia vender dentro do palácio de Versailles, de tão sofisticada. E ainda o lance de ser uma maquiagem descomplicada, que ela conseguiu aplicar tão bem na prática e na performance do produto. E outras duas pessoas que me inspiram são a Pat Mcgrath e a Nikkie Tutorials. Então, minhas musas são as mesmas de sempre. Eu evoluí, minhas inspirações também e continuo amando todas. 

15- Você consegue se desconectar?

Eu sou extremamente focada, acabei de sair de uma reunião de três horas e não fico no celular hora nenhuma. Sei que estou num lugar de decisão, mas tive um burnout muito forte em 2021, que bastava meu celular tocar para eu tremer junto. Com ajuda médica, criamos um sistema: toda sexta à noite eu entrego meu celular pro meu marido e fico o sábado todo off-line. Retorno no domingo muito melhor, tenho até mais ideias. É incrível como tem feito bem pra mim.

16- Você lê muitos comentários negativos sobre você? Como reage?

Sou muito discreta, não abro muito minha vida e isso não dá margem. É raro, mas quando eu vejo, tento não levar pro coração. Eu procuro separar a persona Bruna Tavares da pessoa, pois existe a personagem e o que as pessoas entendem dela e existe a pessoa, a mãe, esposa, filha.