Faz uns cinco anos que, faça chuva ou faça sol (cá entre nós, clima típico em São Paulo, de onde escrevo), eu lavo o meu cabelo com água fria, fria mesmo. Aprendi numa conversa com a Cris Dios, responsável pelo salão Laces, e os meus cachos nunca mais foram os mesmos – e isso tem explicação. “Os fios de cabelo são constituídos por queratina, um tipo de proteína sensível a temperaturas quentes. Quando a água do banho está muito elevada, as cutículas do fio – que são compostas por células de queratina – são danificadas e se abrem, deixando o cabelo com aspecto poroso, ressecado e opaco”, diz a dermatologista Thais Pepe.

Por experiência própria, vejo que os fios em contato com a água fria ficam mais soltos (para quem tem cabelo crespo é um alívio na hora de desembaraçar), definidos e brilhantes, com aquele ar saudável que a gente ama. “Em contato com a água fria, as cutículas do cabelo se fecham. Isso ajuda a manter essa camada protegida e a haste mais uniforme – o que significa  um cabelo com mais brilho e até mais fácil de pentear, evitando, assim, a quebra. Além disso, a água fria previne doenças no couro cabeludo e minimiza a oleosidade, já que não é tão agressiva”, explica a dermatologista. 

Trocar a água quente pela fria também é coerente quando o assunto é cuidado com a pele. Ter uma rotina de skincare regrada garante a saúde da cútis, mas incluir a água fria no tratamento é meio caminho andado em direção ao sucesso. “A água fria estimula a circulação sanguínea, deixando a pele mais viçosa e ainda contribui para contrair os poros, proporcionando textura e aspecto mais uniforme”, explica Thais.  E, como você já deve estar imaginando, isso também se aplica para o banho.

De acordo com uma pesquisa realizada na Holanda, os voluntários que tomaram banhos frios por pelo menos 30 segundos todas as manhãs, durante 60 dias, adoeceram 30% menos que os que só tomaram banho quente durante o mesmo período. Isso porque a prática combate o estresse, deixa o corpo em alerta e melhora o sistema imunológico, tudo de uma vez só. Pensando na pele, o ideal é que o banho seja gelado do começo ao fim; em relação ao sistema imunológico, 30 segundos garantem o choque positivo no corpo.