Esse processo de envelhecimento causado por pequenos processos inflamatórios crônicos e silenciosos nunca foi tão comentado. Que tal aprender maneiras de combatê-lo? 

Inflamações sutis, que acontecem de forma contínua no organismo, levam ao envelhecimento e fazem parte, hoje, de um conceito chamado pela comunidade científica de “inflammaging”. Pesquisas recentes sugerem que elas contribuem inclusive na causa de doenças crônicas e degenerativas como artroses, Alzheimer, Parkinson, diabetes e câncer. 

Alguns biomarcadores já são capazes de diferenciar envelhecimento cronológico, relacionado somente à idade, do envelhecimento biológico, causado pelas alterações no metabolismo interno, por sobrecarga dos mecanismos de regeneração compensatórios. “Quando os marcadores de inflamação no corpo (no sangue e nos tecidos) estão altos, geram envelhecimento precoce, rugas e, com o tempo, doenças”, explica a naturopata Fernanda Capobianco, do Rio de Janeiro, criadora do método Holi U, certificada como coach e terapeuta de nutrição integrativa pelo Landmark Worldwide e Instituto de Nutrição Integrada, ambos em Nova Iorque.

Meditar, comer, malhar, dormir

Para combater o quadro, é preciso fazer mudanças do estilo de vida. Controlar o estresse com exercícios de respiração e meditação é um passo importante – respiração curtinha faz a pele sofrer com esse sangue pouco oxigenado. Outra atitude importante é ter um sono restaurador. Se você é daquelas que deixa para resolver problemas à noite, fica conectada até tarde, janta de forma incorreta, em quantidade e qualidade, comece a adotar a higiene do sono.

Nutrição é outro pilar muito importante – a má alimentação é um dos principais fatores que levam à degradação do colágeno. “Evitar açúcar, alimentos processados, fumar e o consumo de álcool é primordial”, avisa Fernanda. Não é à toa que Gisele Bündchen revelou que suspendeu os drinques assim que fez 40 anos.    

Nessa batalha, suplementos orais, antioxidantes e antiinflamatórios podem ser usados como adjuvantes – mas sempre com indicação médica, para que o consumo não seja vazio ou até prejudicial. “Probióticos e prebióticos também ajudam, já que regulam os fatores pró e anti inflamatórios do trato gastro intestinal”, sugere Ana Carina. Devemos ainda evitar o excesso de alimentos e práticas pró inflamatórias como o consumo exagerado de açúcares e o excesso de exposição solar, principalmente sem proteção adequada.

Quem pratica atividade física tem um sono com mais qualidade, diminui a irritabilidade e o cansaço, o que tem um impacto positivo na saúde mental. Já não é novidade o poder da ginástica na prevenção e no combate de doenças crônicas. Mas estudos recentes mostram que incluir uma rotina de exercícios na nossa vida ajuda a retardar ou a diminuir também o “inflammaging”. O importante é fazer algo que combine com sua personalidade, para que você possa se comprometer a fazer com regularidade.

“Em termos de prevenção, vale atuar no combate ao estresse crônico, ao tabagismo, na proteção solar e à poluição como forma de reduzir a inflamação crônica e combater os radicais livres. Em termos de tratamento, tecnologias, ativos tópicos e orais que atuam de forma complementar na tentativa de evitar o envelhecimento precoce, restaurando funções de reparo da pele”, fala Juliana. Ela conta que existem diversos ativos com ação anti-SASP, como os antioxidantes em geral, tanto tópicos como orais. “Além disso, não posso deixar de citar o filtro solar, que atua no combate ao principal fator externo envolvido no envelhecimento da pele.”