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Alisar os cabelos volta à moda (de um jeito diferente!)

Você a vida toda foi adepta de processos químicos para alisar o cabelo, até que há alguns anos o movimento de se libertar do padrão liso escorrido te cativou e veio a vontade de (re) descobrir os fios naturais, passando pela transição e embarcando nessa jornada cacheada. Mas, recentemente, você se pegou contemplando a ideia de voltar a alisar – por inúmeros motivos – e, depois de superar o sentimento de estar “traindo o movimento”, resolveu ir em frente. 

Esse relato parece familiar? Foi exatamente o que aconteceu comigo, Vic, agora completando um mês de fios “neo” alisados, depois de mais de 5 anos usando meu cabelo natural, e bastante feliz com a decisão. Sem dúvidas a revolução (e não é exagero chamar assim!) cacheada que vimos acontecer nos últimos anos foi fundamental em muitos aspectos: culturais, de identificação e autoaceitação, para o mercado – basta ver a quantidade de produtos específicos para todos os tipos de curvatura de cachos que hoje estão disponíveis nas prateleiras. Na minha adolescência, 25 anos atrás, não tinha um centésimo dessas opções e isso faz uma diferença enorme na vida de quem tem cabelos crespos e cacheados. 

Não foi apenas uma mudança de aparência, mas um movimento social que tomou conta da moda, da mídia e das redes, que de fato questionou e quebrou padrões e que ensinou muita gente a gostar do seu cabelo natural. Mas então o que tem feito tanta gente voltar a alisar? De acordo com o Google Trends, entre 2020 e 2022, as buscas por “cabelos lisos” aumentaram 119%, enquanto a procura por “alisamento de cabelo cacheado” cresceu 176%. Esses números contrastam com anos anteriores, quando as pesquisas por “transição capilar” eram as que mais aumentavam, chegando a um crescimento de mais de 70% entre 2014 e 2017. 

Há uma busca por um visual mais natural, menos padronizado (liso escorrido) e com fios saudáveis

Menos tempo, mais praticidade 

O cabeleireiro e maquiador Marcos Proença (@marcosproencaoficial) atende muitas mulheres todos os dias em seu salão e nota essa movimentação. “As pessoas fizeram a transição capilar e descobriram que nem todos os cabelos ondulados, cacheados e crespos têm uma definição fácil de manter no dia a dia. É necessário fazer a fitagem, fazer tratamento de hidratação e nutrição para os cachos ficarem bonitos, mas nem sempre fica bom todos os dias. Isso porque nós temos menos controle de resultado nos cachos, já que diversos fatores interferem: se o tempo está úmido, seco, chuvoso. Considerando isso, eu percebo que mais mulheres têm buscado processos para disciplinar os fios”, diz. 

Para Cris Dios (@crisdioslaces), fundadora do salão Laces and Hair, essa procura por um visual de fácil manutenção está em alta por causa da rotina agitada. “Isso surge pela necessidade da praticidade em ter um cabelo mais arrumado, já que com a prática de esportes e a vida moderna corrida, temos a necessidade de lavar mais os cabelos e cada vez menos tempo [para uma rotina de manutenção dos cachos]”, pondera. 

Eu me encaixo 100% nas descrições do Proença e da Cris. Amei viver a transição capilar, descobrir meus cachos, me libertar da química (até porque tenho também a tintura, e dessa não abro mão, mas isso é assunto para outra matéria!) e achava que meu cabelo estava ficando muito danificado – foi especialmente interessante viver isso tudo na pandemia, uma época que foi muito propícia para experimentações. Mas, a vida voltou ao ritmo corrido e, quando parei para analisar recentemente quanto por cento do tempo eu estava de fato com os fios naturais, e quanto estava de escova, percebi que… os cachos não estavam mais funcionando na minha rotina atual. 

Entre o trabalho de lavar e finalizar + a manutenção para manter os cachos bonitos + o fato de que coques são um tipo de penteado que eu uso com frequência, percebi que meu cabelo natural estava me dando um trabalho que eu não queria ter. E então decidi voltar a alisar, mas com a cabeça de 2024: não queria fios escorridos, queria manter a textura, apenas “desmaiar” um pouco a curvatura, reduzir o volume, diminuir o frizz e ter um cabelo mais fácil de lidar no dia a dia, com a opção de usar liso com movimento ou mais ondulado. E claro: queria algo que não danificasse tanto os fios.

@vicceridono

Alisamentos com efeito natural

No passado, os procedimentos de alisamento, de selagem e a escova progressiva criavam uma capa que impossibilitava a entrada de nutrientes e deixavam os cabelos danificados quando a química saía, além de proporcionar basicamente um único efeito liso chapado em todas os tipos de cabelo.

Cris afirma que existe hoje uma nova forma de controlar o crespo, as ondas e o frizz – com um blend de aminoácidos, por exemplo. “Há uma busca por um visual mais natural, menos padronizado (liso escorrido) e com fios saudáveis. Vivemos nos anos 1980/90 a fase dos alisamentos alcalinos (tioglicolato de amônia, hidróxidos, etc) que alisavam de forma definitiva os cabelos. Depois veio a moda das progressivas, que tinham produtos ácidos, mas sempre com aquele resultado padrão liso artificial”, diz. 

Vale lembrar que o formol, presente em alisamentos antigos, deixou de ser o ativo preferido e passou a ser rejeitado. Proença conta que suas clientes têm preferido não usar o formol. “Ele deixa o cabelo estático e sem volume, dando a impressão de que a mulher tem menos cabelo. Tanto é que muita gente descobriu o volume dos fios depois que abandonou o formol. Então, as técnicas atuais e os produtos são diferentes”.  

De acordo com o cabeleireiro, um dos procedimentos mais procurados é para redução de volume, que nutre ao mesmo tempo em que faz uma reconstrução na fibra, sem, no entanto, deixar o efeito liso. “A mulher sente os fios muito mais macios e sedosos. Quem gosta de super liso não vai amar esse tipo de técnica, que disciplina os fios suavemente, mas quem quer amenizar o volume e frizz irá gostar. E o resultado em cada cabelo é relacionado ao tipo de cacho: se é mais fechado, ficará mais aberto. Se é ondulado, ficará quase liso. Então é uma ótima opção”, explica.

Minha escolha foi o procedimento Aminoapple do Laces & Hair, e o resultado foi exatamente o que eu queria. Não vou negar que por um momento senti que estava “regredindo” ao retomar a química, mas minha conclusão final é que temos que pensar no que faz sentido para nós – ponderando prós e contras e tentando fugir de uma decisão imposta por fatores externos. No fim, o que vale é ter opção: de ser crespa, cacheada, lisa, o que funcionar melhor para você!  

Na próxima matéria você irá conhecer os tratamentos mais interessantes disponíveis no mercado atualmente.

{Fotos: reprodução Instagram @bel_pipsqueekinsaigon / @dannistewarttt e Amy Sussman/Getty Images}

Comentários

(Veja Todos os Comentarios)

4 replies on “Alisar os cabelos volta à moda (de um jeito diferente!)”

Vc está certíssima, a gente precisa estar bem com a gente. Nisso, o cabelo é muito importante.

Acho que um problema que tivemos na onda de valorização dos cachos é a busca pelo cabelo impecável, pelo cacho perfeito, o mínimo de frizz. E eu acho isso impossível. Aí muitas pessoas saíram da “ditadura” dos lisos para a “ditadura” das curvaturas perfeitas. Ter meu cabelo natural me ajudou a entender que o cabelo não tem curvaturas perfeitas, ele tem, na verdade, diversos tamanhos de curvatura, muito frizz e as vezes funciona melhor e outras não. Ultimamente tenho sentido vontade de fazer uma escova para ver como fica, quando vi esse post no instagram, sabia que eu tinha que ler. Acho que estamos em uma nova fase, de saber como é o nosso cabelo e entender que podemos escolher como queremos ele agora, com mais consciência sobre os cuidados necessários e com mais produtos no mercado para nos ajudar.

Desculpe. Essa fala não me convenceu nem um pouco. O mercado gosta do padrão. O “padrão” é cabelo liso, europeu, fizeram de conta que ah, a mudança existe. Não, ela não existe. Ok que cada um faz o que quer com seu cabelo, mas essa fala que adoram os cachos é totalmente para inglês ver.
O mercado tem um padrão, e o cabelo liso faz parte fortemente disso.

Eu amei a matéria. Sou super curiosa por novas opções de alisamento que não sejam tão agressivas, Acompanho essa jornada da Vic com cabelo e acho super legal ela compartilhar essas mudanças

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