Makes de uma história travesti
Dopada de adrenalina e me sentindo livre. Foi assim que saí de uma farmácia depois de comprar minha primeira máscara de cílios. O que pra muitas meninas cis é algo comum e corriqueiro, pra mim veio como a realização de um desejo proibido. As camadas eram contadas pra não exagerar e não revelar meu segredo e minha nova obsessão por make.
Eu tinha 19 anos quando embarquei em um intercâmbio. Com um dólar favorável e longe de quem poderia me julgar, consegui ter minhas primeiras máscaras de cílios de grife: Chanel Inimitable e Diorshow Blackout. Um pouco depois, decidi me aventurar nas sombras, bases, pincéis de maquiagem… Gastei meu primeiro salário e (quase) dormia abraçada com o brilho dourado da Honey Lust da MAC, com a base Dream Mousse da Maybelline, com o pó da Covergirl. E pra que? Pra deixar tudo escondido no armário, junto com quem eu sou.
“Com a ajuda da maquiagem, finalmente me permiti viver o território feminino como sempre imaginei. Sendo eu.”
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Gui Takahashi é jornalista e criadora de conteúdo. Adora falar de beleza, moda, comportamento e sociedade, principalmente refletindo sobre esses assuntos e dividindo experiências pessoais.
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