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Botox preventivo: dermatologistas avaliam a eficiência do protocolo

04/09/24
Botox preventivo: dermatologistas avaliam a eficiência do protocolo

“Botox preventivo não existe, e você pode estar gastando o seu dinheiro à toa”, é o que defende o médico dermatologista Ivan Silva em uma série de três vídeos publicados sobre o assunto no TikTok. Os clipes, curtos e informativos, acumulam, no total, mais de 780 mil visualizações, um número expressivo, se analisado pela densidade do conteúdo e pela quantidade de seguidores que o especialista tem na rede social – pouco mais de 135 mil.

Segundo Ivan, que atende na cidade de Porto Alegre, a toxina botulínica, popularmente conhecida como botox, não foi estudada para prevenir o envelhecimento da pele, mas para tratar linhas já existentes. “Os estudos mostram que, uma vez que a ruga está instaurada, a aplicação da toxina botulínica pode amenizá-la gradativamente”, explica o médico.

No entanto, não são todos os profissionais que compartilham desta mesma linha de raciocínio. Para a dermatologista Malu Barros, por exemplo, todo botox pode ser considerado preventivo. “Usar esse termo é interessante, comercialmente, porque dá menos medo nos pacientes, mas não existe toxina terapêutica. Não tenho como tratar uma sobrancelha que já caiu, mas, sim, impedir ou desacelerar o seu caimento”, argumenta.

“Botox preventivo não existe e pode ser um gasto desnecessário”, afirma o dermatologista Ivan Silva.

Mas, afinal, o que é botox preventivo?

Para entender o protocolo, é preciso primeiro distinguir dois conceitos: rugas estáticas e rugas dinâmicas. Em seus vídeos para o TikTok, o dr. Ivan ensina que a pele é como um papel. De tanto dobrar (contrair os músculos), ela fica marcada. Porém, estas marcações são separadas por grau de intensidade.

“As rugas estáticas são aquelas que permanecem marcadas, mesmo com o rosto em repouso”, elucida o dermatologista. Já as rugas dinâmicas são as que surgem apenas quando o rosto se movimenta. O botox preventivo envolveria, justamente, agir nestas linhas ocasionais para paralisá-las e evitar a formação de linhas permanentes – e é neste ponto que os especialistas divergem.

Por um lado, Ivan alega que “não existem estudos científicos o suficiente para falar em prevenção do surgimento” da ruga estática e que na fase da ruga dinâmica “ainda não há nenhuma cicatriz ali por debaixo”. Então, segundo ele, não teria porquê tratar uma ruga que nem se consolidou. Por outro lado, a também médica dermatologista Ana Lúcia Junqueira defende que a toxina botulínica é eficiente, principalmente, no tratamento de rugas dinâmicas.

“A toxina age na musculatura, que fica embaixo da pele. Ela inibe a contração muscular para formar menos dobras. Por isso, diminui a formação de rugas”, afirma. “Além disso, hoje também utilizamos a toxina para modulação da musculatura, ou seja, para exercermos o efeito lifting no rosto. Como? Sabemos que, dependendo do músculo e sua contração, ela tem o efeito de ‘puxar’ algumas regiões do rosto para baixo ou para cima, de acordo com a dinâmica da face”.

“‘A toxina modula a musculatura, oferecendo um efeito lifting no rosto’, explica a dermatologista Ana Lúcia Junqueira

Quando começar as aplicações de botox?

Antes de iniciar qualquer tratamento com injetáveis, é essencial buscar um profissional qualificado, que esteja alinhado ao seu estilo de vida, preferências estéticas e prioridades. Se você não sabe nada sobre injetáveis, leia este texto sobre as diferenças entre os tratamentos desse tipo oferecidos em consultórios dermatológicos. Munido de expertise, conhecimento teórico e prático, o médico indicará o melhor caminho para manejar os sinais do envelhecimento a longo prazo.

Os especialistas, em geral, recomendam que as primeiras conversas aconteçam a partir dos 25 anos. “Na minha opinião, quando a formação óssea e muscular do paciente termina, já podemos começar a aplicar a toxina botulínica”, defende a dra. Malu Barros. 

Outro ponto importante é a frequência das aplicações. “A toxina age na modulação da musculatura, mas o organismo eventualmente neutraliza seus efeitos, criando novas formas de contrair os músculos. Portanto, orientamos a não repetir a aplicação antes de quatro meses. A média é de cinco a seis meses, dependendo do paciente. É crucial evitar repetir a aplicação antes de quatro meses para prevenir a formação de anticorpos”, acrescenta Ana Lúcia.

Qual o caminho para um saudável processo de envelhecimento?

“O envelhecimento celular continua, independentemente da toxina botulínica. Ou seja, a pele vai continuar ficando flácida, perdendo colágeno, porque o botox só paralisa o músculo. Ele não faz nada além disso”, alega o dr. Ivan. “Sendo assim, a toxina botulínica não vai prevenir o processo de envelhecimento – quem tem esse poder é o protetor solar, ele é o produto principal. E isso, sim, tem estudos científicos que comprovam”.

Para Malu, o caminho para um bom envelhecimento começa na qualidade de vida. “Alimentação, musculação, sono, gestão do estresse, rotina de cuidados com a pele com muita proteção solar, retinol e creme para a área dos olhos, seguindo as recomendações de um profissional especializado, é o combo do sucesso”.

Vale reforçar que ninguém precisa fazer nada no rosto se não quiser – o objetivo das matérias sobre tratamentos dermatológicos é te ajudar a tomar decisões mais embasadas. Consulte uma dermatologista de confiança para entender o que faz mais sentido para sua pele. 

Leia mais sobre tratamentos não invasivos para fazer no consultório aqui e nosso guia de onde começar a cuidar da pele se você nunca fez nada aqui. 

{Foto: cottonbro studio / Pexels}

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