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Coisas que eu gostaria de ter descoberto antes da menopausa

30/08/23
rês ou quatro coisas que eu gostaria de ter descoberto antes da menopausa

Sim, uma hora ela vai chegar. E como vamos viver cerca de um terço da vida nessa fase, e saber é poder, mulher inteligente trata de descobrir o que a aguarda. Uma onda de calor que faz a gente praticamente sair de si e perder o fio da meada de qualquer conversa. Falando em fio, o cabelo afina. A pele fica seca e flácida. A libido se abala. E mesmo quem passou a vida toda comendo o que quisesse sem engordar – como eu – começa a ver a cintura se alargando a cada mordida a mais de qualquer coisa. Esses são só alguns dos sintomas que nos pegam de assalto quando a menopausa vem chegando. 

Verdade, a minha veio de repente, por conta do tratamento (super bem sucedido) de câncer de mama – a quimio acelerou o processo. Mas ainda assim descobri que informação, como sempre, é poder. E quanto mais você entende o que está acontecendo com você, mais pode se acolher, ser gentil consigo mesma, e lidar com a situação. Quer seguir nesse caminho comigo? Continue lendo.

Afinal, o que é perimenopausa?

Bem, é o que acontece com o corpo feminino quando está chegando a menopausa (a última menstruação). “A perimenopausa é um período de 5 a 7 anos que antecede a menopausa”, fala a ginecologista obstetra Loreta Canivilo. Ela avisa que fato bem comum nessa fase é a irregularidade no ciclo menstrual que pode ter ciclos inferiores a 23 dias ou maiores que 40 dias. “Perimenopausa é uma fase de transição. Hoje a gente usa mais o termo transição menopausal. E assim como a menarca é a primeira menstruação, a menopausa é a última menstruação”, explica Taís Calomeny, médica ginecologista. 

E vale um alerta aqui: dá, sim, para engravidar na perimenopausa. Com a chegada dessa fase, muitas mulheres relaxam e acreditam que não podem mais engravidar devido à irregularidade da menstruação. Porém, ainda que baixa as possibilidades, elas existem. “Estatisticamente, entre mulheres de 40 a 44 anos a chance é de 10% e mulheres de 45 a 49 anos, de 4%. Na perimenopausa, os ciclos de ovulação são imprevisíveis, à medida que os níveis de estrogênio e progesterona aumentam e diminuem, respectivamente. Durante esses anos de oscilações hormonais, os ovários continuam a liberar óvulos para fertilização”, alerta Loreta.

Quais os sintomas da perimenopausa?

 “Quando a paciente chega aqui no consultório muitas vezes ela ainda está menstruando. Mas já tem alguns sintomas. Esses sintomas podem começar a qualquer momento. Em geral, depois dos 40 anos, a gente tem um declínio muito importante dos folículos e da função ovariana. 

Esse declínio mais abrupto que começa a acontecer em geral depois dos 40 anos é que vai ser responsável pela grande maioria dos sintomas que as mulheres começam a experimentar nesse período. Então, com a diminuição do funcionamento dos ovários, existe uma diminuição da produção dos principais hormônios que são o estrogênio, progesterona e a testosterona. Muitos dos sintomas podem ser tanto pela diminuição do estrogênio, da progesterona”, continua ela.

Os sintomas que ocorrem antes da menopausa estão relacionados às alterações menstruais. O fluxo menstrual pode aumentar e essas mulheres podem também ter sintomas vasomotores, sudorese noturna, roxo cutâneo, aumento da temperatura corporal, ondas de calor (que fazem a gente arrancar a roupa, e não é modo de falar), distúrbios do sono (é comum demorar mais de uma hora pra dormir e/ou acordar às 3, 4 da manhã), queda de energia, fadiga, dor nas juntas, e alterações laboratoriais dos hormônios. Sim, alguns sintomas se confundem com a menopausa. “Por quê? A menopausa é a falência ovariana instalada e a perimenopausa é a falência ovariana em progressão”, explica Loreta. 

Adeus, querido estrogênio

“Isso acontece porque o estrogênio está ligado à toda a nossa atividade do corpo, inclusive no centro da temperatura. Por isso, a mulher começa a sentir alterações de calor em uma temperatura menor que a média populacional – com pequenas variações de 0,3 graus centígrados, por exemplo, a gente já sente calor. E essas pequenas alterações levam a grandes reações do corpo. E aí, a gente sua em bicas. E depois, minha amiga, vem um frio danado. 

A queda do estrogênio tem uma repercussão em uma grande parte dos órgãos – cérebro, pele, mama, vagina, osso e músculo. Pode mudar o humor também – precipitando depressão, quadros de ansiedade e a perda de massa magra. Outro sintoma é o ressecamento vaginal.

Os efeitos da queda do estrogênio vão além: faz com que a insulina trabalhe mal – então, pode provocar aumento dos índices glicêmicos. Tem uma repercussão na atividade do colesterol. Então, vai diminuir o colesterol bom e aumentar o colesterol ruim. A mesma queda de estrogênio vai diminuir a remodelação óssea. Então, a mulher começa a perder osso de uma forma mais rápida, principalmente o osso da coluna.

Perimenopausa é uma fase de transição. Um período de 5 a 7 anos que antecede a menopausa, a última menstruação.

O tal do fog mental

Talvez você já tenha ouvido falar de alguns declínios cognitivos comuns a partir da perimenopausa. Sensação de “mente nebulosa”, dificuldade para se concentrar, para memorizar ou para se lembrar de contextos e situações, demora para encontrar a palavra certa durante uma conversa são alguns deles. Analisando a literatura científica, as alterações ainda afetam a atenção e velocidade de processamento das informações. Desagradável? Totalmente. Mas sabia que dá para retardar possíveis prejuízos ao cérebro? A diminuição dos níveis dos hormônios sexuais (e a redução da ação deles no sistema nervoso central) gera sintomas neurológicos, como alterações de humor, do sono e da cognição.

O grupo de risco para ter esse tipo de problema são aquelas com hipertensão arterial, diabetes, anemia, estresse, tabagismo, alcoolismo e nível ocupacional com pouca exigência intelectual. O que fazer? Estilo de vida, comportamento e estímulos cognitivos influenciam na química cerebral e têm potencial para serem fortes aliados na manutenção da qualidade de vida e do desempenho profissional. 

“Os maiores ganhos da ginástica para o cérebro ou treino cognitivo nesta faixa etária envolvem o desenvolvimento de uma reserva cognitiva capaz de compensar possíveis danos, além da criação consciente de estratégias mentais para manter a flexibilidade mental necessária para se adaptar a novos cenários”, conta Livia Ciacci, neurocientista do SUPERA – Ginástica para o Cérebro. “Atividades intelectuais variadas e com grau de desafio crescente ainda aumentam a capacidade da pessoa entender o próprio processo de aprendizagem, uma grande vantagem que facilita a mulher colocar em prática as mudanças de hábitos necessários para um estilo de vida mais saudável.”

Prepara!

Loreta alerta que para essa fase ser mais suave, o primeiro passo é estar no peso adequado. E precisa investir em massa magra adequada também, ou seja, dá-lhe musculação. “O exercício é obrigatório, não é uma opção, ele é inegociável.” Fazer meditação ajuda bastante a equilibrar o humor e aumentar o foco. “Ler é uma atividade muito importante para o nosso cérebro, então ela é importante também.”

O que mais você pode fazer para entrar bem nessa fase? “Se alimentar bem, dar preferência sempre por aquelas comidas de verdade, evitando os embutidos, os ultraprocessados, os açúcares refinados. Fazer atividade física com regularidade (ops, de novo!) – o que ativa o músculo, que é rico em uma mitocôndria superimportante para diminuir os radicais livres, diminuir estresse oxidativo e a inflamação crônica que é a base também desse processo de menopausa”, ensina Laís. 

E o que é menopausa?

A menopausa é a interrupção natural da menstruação. Isso acontece porque os hormônios femininos já não são mais produzidos pelos ovários. “Uma mulher entra na menopausa após a ausência consecutiva da menstruação por 12 meses, o que costuma ocorrer entre 45 e 55 anos, e marca o fim da fase reprodutiva”, explica Loreta.

Quais são os sintomas comuns na menopausa e como lidar?

  • Calor intenso e abrupto

A saída é se vestir em camadas: uma roupa mais fresca e um casaquinho pra quando vier o frio.

  • Redução da libido

A libido pode cair por baixa lubrificação ou até por queda do desejo. Mas é importante lembrar que ela é multifatorial e nem sempre a melhora é com o hormônio. Ah! Sextoys podem ajudar.

  • Sudorese noturna

Bora dormir com lençóis leves. E procure fazer refeições leves, evitar álcool à noite, porque isso pressupõe um aumento desses fogachos de calor. 

  • Problemas para dormir

Tem que fazer higiene do sono: evitar fazer exercício à noite, evitar comer alimentos pesados, tomar um chá relaxante… 

  • Mudanças de humor

As mudanças de humor acontecem por conta da queda do estrogênio. “E o exercício tem um papel importante porque libera uma série de substâncias como serotonina que vão agir no cérebro melhorando o humor. O exercício diminui a depressão, melhora a resposta ao uso da insulina ajudando até quem tem quadros de pré-diabetes”, diz Loreta.

  • Períodos de ansiedade e depressão

A ansiedade e a depressão podem ser melhoradas com meditação, ioga, chás, terapia…

  • Diminuição da autoestima

A diminuição da autoestima tem muito a ver com o autocuidado. Então, vale cuidar da dieta, fazer exercício, cuidar do cabelo, da maquiagem, se auto elogiar… 

  • Ganho de peso

Dieta e exercício! Uma nutricionista pode ajudar para que você consiga comer uma quantidade com menor aporte calórico. 

  • Desaceleração do metabolismo

A desaceleração do metabolismo, ela é metabólica do próprio envelhecimento, então se você fizer exercício, mantiver a dieta, esse metabolismo se mantém mais acelerado pelo exercício, pelo ganho de massa magra, um bom sono. 

  • Pele seca e cabelos mais finos

A pele deve ser muito bem hidratada, o banho não pode ser muito quente. E bioestimuladores de colágeno e procedimentos de ultrassom macro e microfocado são indicados. Quanto aos cabelos… A falta de estrogênio causa uma miniaturização do fio. Então, precisa conversar com a sua dermato e tratar, tratar, tratar. 

 

{Foto de Letticia Massari no Pexels}

Comentários

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One reply on “Coisas que eu gostaria de ter descoberto antes da menopausa”

Obrigada pela matéria, muito esclarecedora e essencial pra quem está passando por esta fase (como eu que estou na perimenopausa e com muitas dúvidas).

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