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Saciedade: o que é e como respeitá-la

18/07/22

Luiza Mattar é nutricionista e colunista do Dia de Beauté, onde publica mensalmente sobre nutrição

Saciedade é a plena satisfação do apetite. Quando dizemos “plena”, não estamos falando de “repleto” – não é lotar o estômago, mas preenchê-lo.

Aqui, vale se perguntar: o que me faz parar de comer? É quando a comida que estava no meu prato acaba? É quando a comida que estava disponível acaba? É quando paro de sentir fome? Quando minha cabeça diz que eu já comi o suficiente? Ou quando minha barriga sinaliza que já não precisa de mais comida? É quando me sinto cheia? Quando não cabe mais nada?

A saciedade, assim como a fome, não é tudo ou nada. Existem graus de saciedade, e se prestarmos atenção podemos aprender a reconhecê-los. 

Tem gente que percebe muito bem sua saciedade e nos primeiros sinais dela já para de comer. Aquelas pessoas que às vezes deixam uma mordida do sanduíche ou 3 garfadas do prato, sabe? Estão saciadas, não querem mais, e param por aí.

Outras pessoas têm mais dificuldade em perceber a saciedade (o que é bem comum em quem fez muitas dietas na vida ou foi sempre forçada a comer tudo que estava no prato) e continuam comendo até a comida acabar ou literalmente não caber mais nada.

O ideal é perceber a saciedade chegando e parar de comer em um momento confortável, antes de se sentir muito cheio, mas não tão cedo a ponto de ficar com fome em pouco tempo.

Uma coisa que eu percebo atrapalhar muito a noção de saciedade das pessoas é a ideia de que precisamos comer tudo porque não podemos desperdiçar nada. Eu concordo, no mundo ideal não teríamos desperdício de alimentos. Mas convenhamos, estamos bem longe do mundo ideal…

O ideal é perceber a saciedade chegando e parar de comer em um momento confortável, antes de se sentir muito cheio

Quando vamos a um restaurante e não temos controle sobre o tamanho da porção, podemos pedir para embrulhar e levar para uma próxima refeição, distribuir para alguém na rua, dar para o porteiro – o não-desperdício não precisa vir de se forçar a comer tudo, existem outras possibilidades.

Escuto diariamente pessoas que sempre levantam da mesa cheias, pesadas, cansadas, querendo deitar no sofá e tirar um cochilo… O que costuma ser sinal de “comi demais”. Para evitar essa situação, minha dica é parar na metade do prato e se perguntar: quão satisfeita estou agora? Será que preciso comer tudo? Quanto mais dessa comida eu quero?

Outra dica para quem percebe que sempre acaba comendo um pouco a mais é, na hora de se servir, dar uma balançadinha na colher. Ia pôr uma colher cheia? Deixa cair ali um pouquinho e se sirva de uma colher menos cheia.

O ajuste de porções deve ser feito aos poucos. Não tente reduzir seu prato pela metade de um dia para o outro, isso só vai te frustrar. Vá com calma, se escutando, fazendo testes.

Sabemos que nosso corpo demora aproximadamente 13 minutos para começar a perceber a saciedade. Se comemos muito rápido ou muito distraídos (alô TV, celular, computador…) fica mais difícil ainda sintonizar ali.

Costumo passar um exercício para os meus pacientes: que tal tentar fazer um prato um pouco menor, comer com calma, mastigando bem, prestando atenção na comida? Quando acabar, se sentir vontade de repetir, tente aguardar 5 minutos. Provavelmente você vai perceber que várias vezes, após os 5 minutos, você nem quer mais repetir, só precisava esperar o tempo “da comida descer”. Caso após os 5 minutos você ainda queira repetir, não há problemas. Sirva-se novamente. O ponto aqui não é passar fome, mas sim respeitar nossa saciedade em busca da satisfação. E aprender a dosar a quantidade de comida que é suficiente para você, evitando desperdício.

Luiza Mattar é nutricionista e trabalha com foco no comportamento alimentar, sem dietas ou prescrições. Acredita numa nutrição mais gentil e no equilíbrio como a chave para uma alimentação saudável. É criadora da página @oquehouvecomacouve e faz atendimento online.

{Foto: Jer Chung / Pexels}

Comentários

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2 replies on “Saciedade: o que é e como respeitá-la”

Eu aprendi, agora com meus 28 anos, a entender quando estou saciada e não quero mais.
Como faço atividade física regularmente meu metabolismo parece estar mais acelerado para fazer a digestão.
Também não sinto a necessidade de comer demais, mesmo que fique muito tempo sem me alimentar, por conta da minha rotina no trabalho. Não consigo parar uns minutinhos para fazer um lanche da manhã.
Amei o texto!

A pressão para “raspar” o prato fez um estrago terrível na minha vida e até hoje ainda existe essa cobrança de outras pessoas sobre o quanto você vai deixar. “Ah, sério que você não vai comer esse pedacinho?”
Sinceramente, acho que recebemos estímulos contraditórios o tempo todo e é muito difícil lidar com eles. Obrigada pelo post, fez eu me sentir menos “louca”.

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