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Parei a pílula, e agora? 7 coisas que você precisa saber

06/07/22

Anna Vitória Rocha é jornalista e editora de conteúdo na Oya Care. 

Não há dúvidas de que a pílula anticoncepcional representou um enorme avanço no que diz respeito à autonomia das mulheres. A famigerada revolução sexual que ocorreu nos anos 1960, por exemplo, só existiu por causa dela: pela primeira vez, as mulheres tiveram em suas mãos uma ferramenta que nos dava controle sobre nosso sistema reprodutivo. 

Esse tipo de controle se refletiu também em autonomia em outras frentes para além da maternidade. Para quem é bem jovem, essa liberdade parece óbvia e não algo que foi conquistado, mas na geração de nossas mães e avós a história foi bem diferente. 

Por outro lado, sabemos também que a pílula anticoncepcional (e outros contraceptivos hormonais como DIU, implante subcutâneo, adesivo, injeção e anel vaginal) pode trazer consigo, para algumas mulheres, alguns efeitos colaterais não tão desejáveis assim, que variam na forma e na intensidade de acordo com cada pessoa, estilo de vida e modo de usar escolhido. Os mais comuns são oscilação de peso, dores de cabeça, alterações no humor e na libido, acne e, em alguns casos, risco de trombose e outros problemas vasculares.

Quando surgem, esses efeitos são uma consequência da ação dos hormônios que compõem os contraceptivos e permitem que ele faça o seu trabalho, o que pode acontecer pela suspensão da ovulação e/ou pelo espessamento do muco cervical, dificultando a chegada dos espermatozoides em seu destino. 

Questionar não significa demonizar. Todos os métodos contraceptivos, hormonais ou não, possuem seus prós e contras.

Nos últimos anos, principalmente graças à internet, passamos a ter mais informações sobre os potenciais efeitos colaterais dos contraceptivos hormonais, um lado B desses métodos que nem sempre recebem a atenção devida. Temos também mais informação sobre os nossos corpos e a forma como eles funcionam, o que mostra que o conhecimento é uma ferramenta fundamental para a nossa autonomia – não é à toa que ele foi escolhido como um dos pilares para o trabalho que fazemos na Oya. 

Aposto que você conhece alguma pessoa que repensou sua relação com a pílula anticoncepcional após ler no Instagram um textão ou o depoimento de alguma amiga ou influenciadora que decidiu abandonar os hormônios. Talvez você seja essa pessoa e chegou aqui em busca de mais informações sobre o tema. Assim como a pílula foi revolucionária, a oportunidade de questioná-la – alô autonomia –  também é!

Importante: questionar não significa demonizar. Todos os métodos contraceptivos, hormonais ou não, possuem seus prós e contras. Não existe certo ou errado na decisão de qual método é o ideal, cada pessoa deve procurar qual alternativa é a melhor de acordo com seu corpo, suas preferências, sua rotina, seus planos e sua necessidade do momento. Busque aconselhamento médico para tomar a sua decisão ainda mais informada.

Dito isso, se você já se fez esses questionamentos e acha que deixar os hormônios de lado faz sentido para você – ou se você ainda não decidiu, mas está em busca de informações para tomar sua decisão com mais segurança – reunimos 7 informações importantes que você deve saber quando se trata da vida após os contraceptivos hormonais. Vamos juntas?

1. Pode demorar um pouco para a sua menstruação voltar ao normal…

Lembra que falamos que os hormônios agem no processo de ovulação – aquela fase do ciclo em que o óvulo é liberado para esperar pelos espermatozoides? Pois é, essa interferência faz com que o organismo demore um tempinho para voltar a produzir com regularidade os hormônios que desencadeiam a ovulação. Na prática, isso significa alterações no seu ciclo, que pode ficar mais longo ou mais curto que o normal. 

Como sempre dizemos, cada corpo é único. Algumas pessoas voltam a ter um ciclo regular logo depois de abandonar o uso de anticoncepcionais, enquanto outras podem não menstruar por um período – geralmente entre um a  três meses. A maioria das mulheres menstruará cerca de 2 a 4 semanas após a interrupção da pílula, mas isso pode variar e depende de como era o ciclo normalmente.Se após 3 meses ele ainda estiver irregular ou se não menstruar nesse período, consulte um ginecologista (a Oya pode te ajudar com isso sem que você precise sair de casa!).

2. Mas sua fertilidade “volta” mais rápido do que você imagina

Pesquisas mostram que as taxas de gravidez entre ex-usuárias da pílula são quase as mesmas das pessoas que usaram métodos de barreira (como preservativos). Quando o uso do medicamento é interrompido, os hormônios “externos” são eliminados e, em questão de dias, não há mais proteção alguma contra a gravidez.

Existem dados que mostram que até 96% das ex-usuárias de pílulas engravidaram em até um ano após interromper o uso. Outro estudo revelou que mais da metade do público analisado conseguiu engravidar após 6 meses de interrupção. Vale dizer que esses dados dizem respeito apenas à pílula anticoncepcional; outros métodos, como os anticoncepcionais hormonais injetáveis (principalmente os trimestrais), exigem um tempo maior de readequação (até um ano). Mas essa “demora” não quer dizer que os hormônios causam danos à fertilidade, esse é apenas o tempo necessário para o organismo se readaptar. 

Se engravidar não está nos seus planos, o mais recomendado é substituir a pílula por outro contraceptivo não hormonal (como o preservativo ou o DIU de cobre). Para não correr riscos, combine dois ou mais métodos no período de transição (consulte seu médico para  encontrar o melhor esquema!).

Não é só de efeitos colaterais negativos que vivem os anticoncepcionais hormonais. Para muitas pessoas, eles são um aliado no controle dos sintomas da TPM.

3. A TPM pode voltar

Não é só de efeitos colaterais negativos que vivem os anticoncepcionais hormonais. Para muitas pessoas, eles são um aliado e tanto no controle dos sintomas da TPM. Isso significa que a interrupção do uso pode trazer cólicas, inchaço, enxaqueca, sensibilidade nos seios,  variações de humor e afins de volta. 

Se você sofre de TPM intensa, do tipo que te impede de viver sua rotina com qualidade de vida, pode ser interessante consultar um médico para pensar em um plano de ação que não prejudique seu bem-estar. Spoiler: algumas mudanças na alimentação e nas atividades físicas podem fazer toda a diferença! 

4. A libido também!

Quem usa métodos hormonais desde muita nova, que começou lá no inicinho da vida sexual (às vezes até mesmo antes!) talvez descubra uma nova face da própria sexualidade ao interromper o uso desses contraceptivos. Os hormônios envolvidos no processo afetam não só o desejo sexual, mas também um fator que faz toda a diferença para uma relação sexual mais prazerosa: a lubrificação do canal vaginal. 

A ovulação também é conhecida como o período fértil das pessoas com ovário, o momento em que o corpo inteiro trabalha para que a gestação aconteça – e isso inclui a libido, já que na natureza tudo começa por ela. Interferir na ovulação, como os hormônios fazem, significa interferir nessa “orquestra do acasalamento” e é por isso que você pode sentir mais vontade de transar (e mais prazer transando) após interromper o uso de métodos hormonais que inibem a ovulação, como a pílula.

5. Oscilação na balança acontece mesmo?

Outro mito sobre parar com os anticoncepcionais hormonais que amedronta muitas mulheres é o ganho de peso que supostamente acompanha a decisão. No entanto, estudos mostraram que o efeito da pílula anticoncepcional no peso é pequeno ou inexistente. 

A mudança que muitas pessoas de fato sentem está ligada a um aumento na retenção de líquido que resulta em inchaço, principalmente nos seios, quadris e coxas. Já outras pessoas podem notar um certo aumento de apetite quando param de usar anticoncepcionais. 

Por outro lado, se o seu anticoncepcional causava uma maior retenção de líquidos e inchaço (também acontece!), pode ser que você perca peso após interromper o uso.

6. Proteção contra alguns tipos de câncer

Muita gente decide parar de usar contraceptivos hormonais pelo aumento do risco de câncer que alguns deles (como a pílula) podem trazer a longo prazo, principalmente quando falamos em câncer de mama (ainda assim, a relação entre o uso de métodos hormonais e o aumento do risco do câncer de mama é controversa e constantemente debatida por especialistas). 

O que pouca gente sabe é que a pílula ajuda a reduzir o risco de desenvolver outros tipos de câncer, principalmente o de ovário e endométrio. O mesmo é válido para miomas e alguns tipos de problemas de mama, como doença fibrocística da mama.

O que pouca gente sabe é que a pílula ajuda a reduzir o risco de desenvolver outros tipos de câncer, principalmente o de ovário e endométrio.

7. Não existe uma hora certa para parar de tomar a pílula

Se você não vê a hora de parar de tomar pílula mas acha que precisa esperar até o fim da cartela para fazer isso, pode ficar tranquila. 

Em termos médicos, não existe “hora certa” para fazer isso. Interromper o uso após o fim de uma cartela (ou seja, ciclo) significa apenas que você vai saber exatamente quando sua menstruação vai vir naquele mês. Se isso for importante para você, pode esperar a cartela terminar (o mesmo vale para outros métodos hormonais, como anel vaginal e adesivo). 

Agora, se sua intenção é engravidar logo em seguida, terminar o ciclo de anticoncepcional antes de suspender uso também pode ser útil, já que é possível estimar quando acontecerá a ovulação. 

E aí, está se sentindo um pouco mais preparada para tomar uma decisão a respeito do seu método contraceptivo? Acreditamos que informação faz toda diferença nessas horas, mas isso não diminui a importância do acompanhamento médico e do aconselhamento que só um profissional da área pode oferecer. Se você tem dúvidas sobre o seu ciclo menstrual, está se sentindo insegura sobre algum efeito colateral ou quer descobrir qual o melhor contraceptivo para você, a Oya pode te ajudar. 

O SOS Oya é o nosso serviço pensado justamente para te ajudar com essas questões íntimas através de uma consulta virtual com ginecologistas do nosso time. Garantimos agendamento rápido e um atendimento prá lá de acolhedor e inclusivo, sem preconceitos e sem julgamentos. Bateu uma dúvida? Não pergunte pro Google, pergunte pra Oya! Visite nosso site para saber mais!

Anna Vitória Rocha é jornalista e editora de conteúdo na Oya Care. 

{Fotos: Oya Care}

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