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A botânica filosófica da Chanel Beauty em Gaujacq

31/03/22

Dessas coincidências místicas que Gabrielle Chanel certamente amaria: não é que a camélia – sua flor favorita e um dos grandes símbolos de sua maison – tem interessantes propriedades cosméticas? Por conta desta descoberta, em 1998 a Chanel Beauty estabeleceu um projeto na cidade de Gaujacq, na França, dedicado à camélia. A ideia da marca era estudar com mais profundidade essas propriedades da flor e cultivar as camélias de maneira sustentável, um projeto de longo prazo que se mostrou, digamos, melhor do que a encomenda. 

A marca encontrou em Jean Thoby o parceiro ideal para essa empreitada: ele faz parte de uma família especialista em camélias, que passou o conhecimento de geração em geração, e cujos antepassados tinham uma relacionamento com Coco Chanel. 

Em 1985, os pais de Thoby começaram a plantar esse jardim de camélias em Gaujacq para cultivar inúmeras espécies, inclusive as raras, já extintas ou em risco de extinção, com admirável dedicação para conservar a diversidade da flor. Hoje, eles têm 2.000 espécies de camélias, do mundo todo, incluindo duas que têm como origem plantas-mãe encomendadas pela própria Chanel há mais de um século. 

Em 1998 teve início o projeto no qual, além de se beneficiar do conhecimento e da coleção de Jean Thoby – que então já era um expert de renome internacional -, a Chanel desenvolve uma grande área para cultivo das flores, onde há também um laboratório para otimizar o processo das pesquisas científicas sobre a camélia..

Não é doido pensar que as camélias de onde saem os ativos das linhas Hydra Beauty e N°1 de Chanel são colhidas à mão? Uma particularidade interessante da flor é que a camélia é mutante e pode alterar sua genética se precisar. Ela se diversifica e tem um incrível poder de adaptação – tanto que floresce no inverno, e nem o frio nem a água consegue abalar suas pétalas. A camellia oleifera, por exemplo, suporta pleníssima de -30 graus a mais de 40 – o que já demonstra o potencial das moléculas dessa flor tão poderosa.

Pensatas sobre as plantas

O respeito à natureza e a preocupação com a sustentabilidade são nítidos em todos os momentos, tanto no jardim botânico de camélias de Thoby quanto em Ferme de Meyrin, a fazenda ali pertinho onde são cultivadas as camélias de onde vêm os ativos de alguns dos cosméticos Chanel. São 70 hectares, 40 deles com plantação da flor.

Um aspecto fundamental, por exemplo, é o cultivo de diversas outras plantas, para evitar a monocultura e garantir que a longo prazo o ecossistema se manterá equilibrado e beneficiando todos os envolvidos (plantas, árvores, insetos etc). Tudo é cultivado em campo aberto, sem agrotóxicos ou herbicidas, de acordo com os princípios da agroecologia e da agrofloresta, e certificado pelos selos mais relevantes da área. Lá são testadas também várias técnicas experimentais de cultivo e afins, para sempre evoluir no sentido de maior sustentabilidade – o objetivo é compartilhar as que dão certo com outros agricultores, numa espécie de corrente do bem.

Detalhe que amei: uma espécie de borboleta, extinta no começo dos anos 2000, voltou a aparecer por ali, o que mais que prova os inúmeros benefícios desse projeto.

Outra conversa incrível que tive nesta viagem foi sobre como as árvores se comunicam e guardam informação. Há diversos estudos que comprovam certas lendas da natureza através da ciência – a tecnologia prova cada vez mais (não que precisasse, mas né…) que a natureza é perfeita, pode ensinar muito e é uma infinita fonte de inovação. Exemplo: dos estudos feitos pelos laboratórios a céu aberto da Chanel em Gaujacq já saíram descobertas fantásticas, entre ativos, ingredientes para deixar as formulações com sensorial melhor substituindo componentes polêmicos, e até a casca da semente da camélia foi transformado em um material que é parte da composição livre de plástico da tampa do hidratante Revitalizante N°1. Tudo isso está só começando, e o potencial de inovação é gigantesco – isso falando só das camélias! 

“Todas as novas descobertas vêm do mundo vegetal, e apenas 3% dele já foi estudado, imagine o que não encontraríamos pesquisando mais”, disse Jean Thoby.

Laboratório no campo

Dentro da fazenda Ferme de Meyrin existe ainda um laboratório, cujo grande trunfo é estar no mesmo lugar de seu objeto de estudo, podendo observar as flores em seu habitat natural, analisar e identificar as que mais têm potencial. “As plantas são pequenos universos de moléculas, um enorme reservatório de componentes que podem ter propriedades interessantes”, explica Nicola Fuzzati, diretor de inovação, desenvolvimento e pesquisa da Chanel Beauty.

Nesse laboratório é feito um mix de pesquisas – para encontrar ativos e também para desenvolver melhores técnicas para cultivo das flores. São oito os diferentes “produtos” que foram extraídos de camélias e que já são usados nas linhas Hydra Beauty e N°1, entre óleo, molécula hidratante, espessante – Nicola contou que ainda há um mundo de coisas que pode ser descoberto nas flores, folhas, sementes, e inclui na equação a mesma flor, mas em diferentes épocas do ano ou hora do dia, e a interação com os insetos que as polinizam.  

Até um tipo de levedura encontrada na folha entra na dança – pesquisas recentes mostram que ela tem ótimas propriedades para proteção da barreira da pele. Sem falar nos diferentes métodos de extração, que rendem moléculas diferentes. E os subprodutos? Eles também têm potencial (vide a casca da semente que é parte da tampa livre de plástico do hidratante da N°1). Prato cheio para muita análise combinatória…

Atualmente, os ativos extraídos de camélias e usados nos cosméticos Chanel saem de duas espécies: a camélia Alba, uma ótima fonte de epicatequina, que tem propriedades hidratantes, está presente na linha Hydra Beauty. E a camélia Czar, onde foi encontrado ácido protocatecuico, que tem incríveis propriedades revitalizantes e nunca tinha sido visto em outros tipos da flor. Esse é o ativo estrela da linha N°1, sobre a qual falei em mais detalhes aqui nessa matéria

Vocês podem imaginar o tamanho da minha curiosidade para saber tudo que eles já descobriram, mas ainda não podem contar, sem falar nos estudos que ainda estão rolando… Com certeza ficarei de olho nos próximos capítulos dessa história!

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One reply on “A botânica filosófica da Chanel Beauty em Gaujacq”

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