Dessas coincidências místicas que Gabrielle Chanel certamente amaria: não é que a camélia – sua flor favorita e um dos grandes símbolos de sua maison – tem interessantes propriedades cosméticas? Por conta desta descoberta, em 1998 a Chanel Beauty estabeleceu um projeto na cidade de Gaujacq, na França, dedicado à camélia. A ideia da marca era estudar com mais profundidade essas propriedades da flor e cultivar as camélias de maneira sustentável, um projeto de longo prazo que se mostrou, digamos, melhor do que a encomenda.
A marca encontrou em Jean Thoby o parceiro ideal para essa empreitada: ele faz parte de uma família especialista em camélias, que passou o conhecimento de geração em geração, e cujos antepassados tinham uma relacionamento com Coco Chanel.
Em 1985, os pais de Thoby começaram a plantar esse jardim de camélias em Gaujacq para cultivar inúmeras espécies, inclusive as raras, já extintas ou em risco de extinção, com admirável dedicação para conservar a diversidade da flor. Hoje, eles têm 2.000 espécies de camélias, do mundo todo, incluindo duas que têm como origem plantas-mãe encomendadas pela própria Chanel há mais de um século.
Em 1998 teve início o projeto no qual, além de se beneficiar do conhecimento e da coleção de Jean Thoby – que então já era um expert de renome internacional -, a Chanel desenvolve uma grande área para cultivo das flores, onde há também um laboratório para otimizar o processo das pesquisas científicas sobre a camélia..
Não é doido pensar que as camélias de onde saem os ativos das linhas Hydra Beauty e N°1 de Chanel são colhidas à mão? Uma particularidade interessante da flor é que a camélia é mutante e pode alterar sua genética se precisar. Ela se diversifica e tem um incrível poder de adaptação – tanto que floresce no inverno, e nem o frio nem a água consegue abalar suas pétalas. A camellia oleifera, por exemplo, suporta pleníssima de -30 graus a mais de 40 – o que já demonstra o potencial das moléculas dessa flor tão poderosa.
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