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Quase tudo que aprendemos sobre pele negra com o livro “Black Skin”, de Dija Ayodele

17/02/22

Foram anos carimbando as mesas da redação com a base do meu rosto; após perceber, levei mais um tempo para me acostumar a não passar a mão no rosto ao longo do dia para evitar qualquer constrangimento. Tempos depois, sendo mais precisa, agora em 2022, me senti compreendida ao ler o livro de Dija Ayodele, “Black Skin” (Harper Collins, disponível no Kindle, em inglês). Sim, existem diferenças entre peles negras e não negras e a obra da inglesa – que por enquanto ainda não foi publicada no Brasil – é um verdadeiro guia para mulheres que, como eu, nunca se identificaram 100% com as informações disponíveis sobre nossas cútis. 

“Se nós queremos entender a relação que homens e mulheres negros têm com a própria beleza hoje, precisamos pensar nos efeitos mentais e os impactos sobre a percepção de beleza entre negros e brancos após o período de escravidão”, explica Dija, também fundadora da clínica de skincare West Room Aesthetics, em Londres, além da plataforma Black Skin Directory. Apesar da contextualização histórica, a partir dos anos 1970 houve um forte movimento nos Estados Unidos, o “black is beautiful” (negro é lindo), seguido pelas ações dos Panteras Negras, que pregaram o amor-próprio e o respeito. “Ainda assim, até pouco tempo vimos maquiadores precisarem misturar bases para chegar no tom de pele ideal, sem nos deixar cinzas”, diz. 

Durante a leitura, entendi que a pele negra, por exemplo, é mais propensa a refletir luz. Por isso, sem pensar ou consultar especialistas, muitas vezes a confundimos com uma pele oleosa. Veio à memória os bastidores de tantas fotos de beleza em que pedimos para o beauty artist retocar a maquiagem da modelo. Vários momentos poderiam ter sido resolvidos com a luz, mas isso quase ninguém sabe. “Dija mergulhou na indústria da pele e disse: ‘se vocês não vão nos representar, não vão nos ouvir ou ao menos ceder um lugar à mesa, nós não apenas vamos criar a nossa própria mesa, como também a colocaremos na nossa própria casa’”, escreveu a especialista em beleza Caroline Hirons no prefácio de “Black Skin”. 

Abaixo, divido com vocês alguns ensinamentos que me chamaram a atenção no livro.

O QUE EU APRENDI SOBRE…

ACNE

Sabemos que a doença não é exclusiva para pele negra, mas, para nós ela geralmente também é resultado de produtos que usamos para hidratar o corpo, com componentes como manteiga de karité ou de cacau. “Na pele do corpo esses itens se adequam melhor, mas no rosto estas texturas à base de gordura entopem os poros com facilidade. Aproveitando, acho importante dizer para nunca usar óleo de coco no rosto”, explica Dija. A acne ainda pode desenvolver, na pele negra, hiperpigmentação, deixando manchas.

Aproveito o tópico para chamar a atenção para a rosácea, que, sim, é muito comum entre pessoas pretas, principalmente porque elas são facilmente confundidas com acnes. Procure sempre o seu dermatologista, ok?  

É preciso ficar atenta em relação aos cabelos, também.

Se você costuma passar cremes nos fios que contêm petróleo ou óleo mineral, o ideal é que você inclua na rotina lavar o cabelo toda manhã para tirar os produtos. A longo prazo no couro cabeludo eles causam acne na cabeça.

DESIDRATAÇÃO

Seja a sua pele oleosa ou seca, ela sempre estará desidratada. Isso porque a pele negra tem, naturalmente, baixa capacidade de reter água. “A pele desidratada é chata, mas fácil de controlar. Você precisa ajudá-la a se manter o mais hidratada possível. Além de beber muita água e ingerir alimentos com água em suas composições, é possível incluir ácido hialurônico, ácidos graxos, glicerina e ceramidas na sua rotina de skincare.”

Durante a leitura, entendi que a pele negra, por exemplo, é mais propensa a refletir luz.

É MENTIRA DIZER QUE…

  1. “Pessoas negras não precisam usar protetor solar”

A pele sem proteção ao sol envelhece mais rápido, além de piorar os problemas com as manchas. A especialista indica protetor a partir de SPF30.

  1. “O sol estimula a melanina a manter a pele preta, preta”

“A produção de melanina independe do sol. Inclusive, exposição em excesso também causa queimaduras”, explica.

  1. “Pessoas com pele negra não podem fazer tratamentos a laser ou procedimentos com microagulhamento”

Esses tipos de tratamento estão sempre em desenvolvimento. O que Dija alerta é que você procure um profissional qualificado para entender as mudanças necessárias para sua pele. 

  1. “Pessoas negras não envelhecem”

É verdade que a maior produção de melanina faz com que a pele negra envelheça mais devagar em relação à branca, mas se não cuidarmos dela não fará a menor diferença. 

  1. “Ácido mandélico é melhor que ácido glicólico para a pele negra”

“Os dois são igualmente ideais para pele negra. O mandélico é ótimo para controlar a oleosidade; já o glicólico é ideal para esfoliação”, diz.   

Vou parar por aqui porque a ideia é que você conheça as centenas de dicas e curiosidades ao longo de 281 páginas de leitura. Garanto que é um livro para deixar na bancada do banheiro e consultar sempre que tiver dúvidas. Aproveitem!

{Fotos: reprodução Instagram}

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