Até alguns anos atrás, era comum escutarmos que certas técnicas de maquiagem e certos produtos não combinavam com a pele negra. A ideia de que apenas sombras douradas e tons amarronzados funcionavam limitava demais as possibilidades de criar, sem falar na escassez de tons de base, especialmente para peles retintas.

Tutoriais ensinando truques mirabolantes de contorno para afinar o nariz, que proliferaram nas redes sociais, também não são novidade no universo da beleza. Geralmente, se usa um tom mais escuro para sombrear a região, dando assim o aspecto de um nariz afinado, caucasiano ou europeu. O que pode parecer apenas uma técnica antiga de maquiagem esconde facetas de um racismo enraizado, e é uma das maiores tentativas de embranquecimento.

Não podemos esquecer também do gloss, e de como mulheres negras eram motivo de piada por usarem algo que realçava ainda mais seus lábios carnudos, ou até mesmo do blush. Hoje em dia, a maioria dessas técnicas e desses mitos impostos a pessoas negras foram quebrados, trazendo muito mais liberdade – ainda bem.

Um dos exemplos dessa virada de chave é a quantidade de marcas oferecendo produtos que contemplam as necessidades da pele negra, especialmente bases e corretivos – até pouco tempo atrás, era comum que a pele negra ficasse com aspecto acinzentado por falta de tons adequados. Lançada em 2017, a Fenty Beauty é uma das grandes responsáveis por esse movimento, e impactou o mercado com seu portfólio de 50 tons de base. No Brasil, destaco a Vizzela, lançada em 2019 com 18 tons de base, corretivo e pó.